terça-feira, 4 de março de 2008

SIDA outra vez

Notícia do Jornal de Notícias de ontem:

«Sérgio Luís faz mais de 30 mil quilómetros por ano vai a creches, escolas e lares falar sobre VIH (vírus da imunodeficiência humana). Dez anos depois da primeira palestra, assegura que as dúvidas continuam as mesmas. Num país onde a educação sexual ainda não chegou a todos, os jovens ainda perguntam "como se transmite o vírus".
No anfiteatro da Escola Secundária de Vila Nova de Santo André, no Alentejo, o ar despreocupado dos finalistas ali reunidos dá lugar a expressões de choque. Acabaram de ouvir que fazem parte do grupo etário responsável por cerca de metade dos novos casos de infecção de VIH em Portugal. A informação apanha-os de surpresa. "Se for detectado no início pode ser tratado?", questiona um aluno no meio da plateia. "Como é que nos podemos proteger?", atira quase em simultâneo um colega, logo atropelado por outra pergunta "Onde é que podemos fazer um teste para saber se estamos infectados?".
O técnico da associação Abraço tem um ranking "preocupante" das principais dúvidas levantadas pelos milhares de jovens que contactou ao longo de uma década. "O que é que significa VIH?" e "Como se transmite o vírus?" continuam no top. Perguntas difíceis de aceitar numa altura em que Portugal assinala precisamente 25 anos da detecção do primeiro caso de sida no país.
"Ao contrário dos estudos e relatórios que vão sendo divulgados sobre o conhecimento desta matéria, todos os dias, respondo às mesmas perguntas e dúvidas que respondia há dez anos", alerta.
A experiência do técnico é atestada pelas estatísticas, que revelam um paradoxo aparente a geração que nasceu num mundo com VIH, que tem acesso à Internet e informação sobre sexualidade e doenças sexualmente transmissíveis é também uma das mais atingidas pelo vírus. E é também responsável por Portugal estar em segundo lugar na tabela dos países europeus com a maior taxa de mães adolescentes.
"Acredito que se todas as escolas tivessem programas de educação sexual consistentes, a situação seria muito melhor", defende Duarte Vilar, director da Associação para o Planeamento da Família, que promove educação sexual há mais de 30 anos.»

Photobucket
Campanha alemã: «O esquecimento é contagioso».


Portanto, vamos lá pôr as coisas simples e concisas.
O vírus da SIDA transmite-se através:

- de sangue infectado;
- de fluídos sexuais (esperma e fluidos vaginais);
- da via placentária (da grávida para o filho);
- do leite materno.

Mais do que isto é inventar, mas menos é correr riscos. Os preservativos são muito efectivos a impedir o contágio por via sexual - SÓ OS PRESERVATIVOS CORRECTAMENTE USADOS PREVINEM A INFECÇÃO E NÃO OUTRAS COISAS. O sexo oral não está isento de riscos. Não é raro encontrar aftas, infecções orais ou outros ferimentos, mesmo que insignificantes, na nossa boca. Quantos de nós já não se magoaram por exemplo a lavar os dentes? O preservativo existe é deve ser usado EM TODOS OS TIPOS DE SEXO - ORAL, ANAL E VAGINAL.
As seringas e objectos cortantes NÃO SÃO PARA PARTILHAR. Como é óbvio, uma injecção com uma seringa previamente usada tem altíssima probabilidade de causar infecção. O mesmo se aplica a lâminas de barbear, agulhas de tatuagem (que devem ser descartáveis ou esterilizadas), aparelhos para fazer piercings, etc.

A informação é fácil de conseguir através da internet, nas escolas ou através das instituições de saúde. Assim, COMO NÃO SE CONTAGIA O VÍRUS?
NÃO SE CONTAGIA:
- através de beijos;
- através de suor ou lágrimas;
- através da picada de insectos (a SIDA não é a malária!!);
- através de contacto corporal (aperto de mão, abraço, carícias...);
- através da partilha de copos e talheres (desde que não se esfaqueiem mutuamente, claro);
- através do uso da mesma roupa, da mesma toalha, do mesmo sabonete, dos mesmos lençóis;
- através do uso do mesmo espaço (A SIDA NÃO SE TRANSMITE NO AR, POR ESPIRROS OU TOSSE);
- através da masturbação (SIM podem brincar à vontade sozinhos);
- através da preparação de alimentos (deixem que o vosso amigo seropositivo vos prepare o jantar e não reajam como pessoas do Terceiro Mundo).

Em breve, voltarei a escrever sobre isto. Nunca é demais...

Sem comentários: