segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

Ainda Milk!

Milk, o mais recente filme de Gus van Sant, foi galardoado com o Oscar de Melhor Argumento Original e Sean Penn foi merecidamente o Melhor Actor.

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Dustin Lance Black (o argumentista trintão que vêem na foto) subiu ao palco e fez o seguinte discurso:

Oh meu Deus. Isto é... hum. Não foi um filme fácil de fazer. Primeiro tenho que agradecer a Cleve Jones e Anne Kronenberg e a todas as pessoas da vida real que partilharam as suas histórias comigo. E, hum, Gus Van Sant, Sean Penn, Emile Hirsch, Josh Brolin, James Franco, e todo o nosso elenco, os meus produtores, Dan Jinks e Bruce Cohen, a toda a gente na Groundswell e na Focus, por terem aceitado o desafio de contar esta história que salvou vidas. Quanto eu tinha 13 anos, os meus queridos pais tiraram-me de uma casa M0rmon conservadora em San Antonio, Texas para a Califórnia e eu ouvi a história de Harvey Milk. EE deu-me esperança. Deu-me esperança para viver a minha vida, deu-me esperança para um dia viver a minha vida abertamente tal como sou e talvez apaixonar-me e um dia casar.
Quero agradecer à minha mãe que sempre me amou pelo que sou, mesmo quando havia pressão contra isso. Mas acima de tudo, se o Harvey não nos tivesse sido usurpado há 30 anos, penso que ele quereria que eu dissesse a todos os gas e lésbicas que me vêem esta noite e a quem as suas igrejas e os seus governos disseram que são menos do que os outros que eles são criaturas lindas e maravilhosas, cheias de valor, e que não importa o que outros dizem, Deus ama-vos e em breve, prometo-vos, terão direitos iguais, federalmente, por toda esta nossa grande nação.
Obrigado, obrigado, e obrigado Deus por teres-nos dado o Harvey Milk.

Um discurso inspirado, sem dúvida. Parabéns. E todos vamos trabalhar para que ele tenha razão. Direitos iguais para todos em todo o lado.

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Mas quase no final da cerimónia, Sean Penn (um insuspeito heterossexual), voltou à carga e acrescentou:

Para aqueles que viram os sinais de ódio quando vinham para cá esta noite, penso ser uma boa altura para os que votaram pela abolição do casamento gay para se sentarem e reflectirem e anteciparem a sua enorme vergonha e a vergonha dos olhares dos seus netos se continuarem com este tipo de acções. Temos que ter direitos iguais para todos.

E estavam entregues os Oscares para Milk. Fica o filme. Para ver e rever. E fica a mensagem: uma mensagem de esperença, de igualdade e de respeito. Direitos iguais para todos. Lá e cá também... Fazemos por isso.

1 comentário:

João Roque disse...

Que lição para tanta gente de lá...e de cá!!!!